terça-feira, 3 de março de 2009

Raimond K. Hessel ou um Absolut Beginner?

Não sei se alguém esperava. Eu não. Talvez o meu espírito de escrever algo, de quando em vez, tenha sido avivado pelo álcool que hoje emborquei e o facto de não serem ainda cinco da manhã tenha apressado esta necessidade de pintar um ou outro pensamento desconexo. Vou usar a barba postiça de profeta. Não se riam que ela fica me a matar. E acreditem, se quiserem, que não a uso em beneficio próprio, num mundo em que todas e quaisquer acções são apenas um ego sum. Hoje, penso, hoje não. Hoje vou oferecer a minha mão aos outros. Hoje vou escrever para os outros. Hoje vou dizer o que penso. Não espero qualquer mudança, até porque as pessoas realmente só mudam quando conseguem entender verdadeiramente algo, porque até lá, a vida continua num mundo misero, egoísta e altamente contagioso. Eu revejo-me nele. Ainda não consegui mudar, totalmente, mas vou tentando, montado na burra de Quixote de Verne e atirando setas ao "Criador dará", na esperança que alguém vá de encontro. Até porque a pontaria sempre foi miserável. Já fui abordado pela minha fraca pontaria e automaticamente etiquetado de comunista ou anarquista. Porem quero ir mais alem disso. Todos esses "ismos" não batem bota com a perdigota. O principal alvo é o capitalismo, a forma mais inteligente de opressão alguma vez criada, quer por artimanhas demasiado inteligentes para todos nós quer por aquele almejar de status através de compras de coisas insignificantes e fúteis privando-nos do que realmente é essencial. Afinal de contas deve dar uma enorme satisfação pessoal ter um nome de um gajo nas cuecas ou andar naquele carro cuja publicidade na TV nos faz sentir protegidos do mundo. Sem nunca estarmos. Principalmente da publicidade e da TV. Essa entra nos todas as noites porta adentro, com aquele "savoir faire" de santo de quem eu já não espero milagres, atropelando nos com noticias que não queremos saber, vida social que preferíamos que não existisse, mulheres semi-nuas a demonstrar que até o mais desajeitado consegue conquistar a mulher perfeita desde que use o desodorizante ideal. Tudo isto e muito mais em 24 minutos, assisti eu. Depois carreguei no primeiro botão do comando. Hoje não quero mais nada. Hoje quero ser livre e apreciar o silêncio. Como disse Saint Exupery "O essencial é invisivel aos olhos".
Fechem os vossos.

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